segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
35 ANOS SEM CHARLIE CHAPLIN
Foi em um dia de Natal de 1977, que o cinema se entriscecia com a morte de um de seus maiores gênios: Charlie Chaplin.
Charles Spencer Chaplin, nasceu no final da penúltima década do século XIX, em 16 de Abril de 1889 no bairro de East Streel em Londres, capital inglesa. Teve uma difícil infãncia, criado só por sua mãe Hannah, depois que seu pai alcoolátra a abandonou, deixando-a para cuidar não só dele mas também de seu meio-irmão Sidney. Hannah ficou responsável pelo cuidado dos dois até o momento em que começou a demosntrar os seus primeiros sinais de demência.
Foi seu irmão Sidney o responsável por financiar sua carreira artistica, o apresentando para um importante empresário teatral de comédia que o levaria para a então terra dos sonhos: a América.
Foi na América que não demoraria muito para ele descobrir o cinema, que ainda estava engatinhando. Começou atuando nos Estúdios da Keystone, sob a direção de Marck Sennett(1880-1960), então famoso "Rei das Comédias". Sennett dirigia filmes num estilo de comédia pastelão, foi nesse interim criou o seu famoso personagem Carlitos ou também chamado Vagabundo, cuja primeira aparição foi no filme Corridas de Automóveis para Meninos(1914). Depois da Keystone, Chaplin passaria por outros estúdios, até formar uma ousada parceria com Mary Pickford(1872-1976), a queridinha da América, o galã Douglas Fairbanks(1883-1939) e o polêmico diretor D.W.Griffith(1875-1948). Formando a Companhia United Artisits em 1919.
Uma das principais marcas registradas dos filmes de Chaplin é a sua maneira versátil, de fazer um tipo de comédia sátira com tons teatrais e um pouco de elementos circenses utilizando-se sempre das performances corporais, e também um pouco do elemento burlescos e isso em pleno auge do cinema mudo.
Fez uma série de filmes de sucesssos, na década de 1930, mesmo alguns estúdios adotando a técnica do aúdio falado, ele resisitu a essa idéia até o fim. Os pesados tons criticos com que adotava em seus filmes como o desemprego dos americanos Pós-Queda da Bolsa de Nova York em 1929, como foi abordado em Tempos Modernos(1936), onde retratou o aumento do desemprego, também satirizando a politica americana sobre a entrada dos imigrantes. A relação paternal e O Garoto(1921), e também aproveitou do momento em que vivenciou a Segunda Guerra Mundial para fazer O Grande Ditador(1940). Uma sátira a Adolf Hitler e a politica do nazismo na Alemanha, com o nome de Adenoid Hynkel, na antológica cena dele brincando com o globo como se fosse uma bolinha de plástico. Cena que vez por outra é bastante reproduzida como foi numa abertura da novela global O Dono do Mundo(1991).
Seus posicionamentos criticos lhe geraram muitos problemas com censores, ao ponto de ser alvo de constante investigação do FBI por provaveis práticas comunistas e na década de 1950 com a onda do marcathismo, adotando a politica de caça as bruxas dentro do solo americano, o que lhe gerou o exilio na Suíça. E foi na cidade de Corsier-sur-Vervey, que Chaplin passou até os seus últimos anos de vida vivendo pacatamente. Antes de morrer receberia muitas homenagens como por exemplo: da Ordem da Cavalaria Britãnica e com uma homenagem na edição do Oscar de 1972, que marcou sua primeira e última vez que ele voltava a pisar em solo americano depois de passados 20 anos que foi expulso de vez pela política marcathista.
Sobre esse fato Chaplin descreveu:
"(...) Desde o fim da última guerra mundial, eu tenho sido alvo de mentiras e propagandas por poderosos grupos reacionários que, por sua influência e com a ajuda da imprensa marrom, criaram um ambiente doentio no qual indivíduos de mente liberal possam ser apontados e perseguidos. Nestas condições, acho que é praticamente impossível continuar meu trabalho do ramo do cinema e, portanto, me desfiz de minha residência nos Estados Unidos".
Em constraste, a sua maneira perfomática como criava a alegria de muitas platéias, a sua vida amorosa estava longe de ser alegre. Casou diversas vezes, primeiro com Mildred Harris depois com Lita Grey, Paulette Goddard até terminar com Oona O´Neal tendo um monte de filhos com cada uma. Fora os rápidos relacionamentos amorosos conturbados. Tirando essas imperfeições pessoais, Charlie Chaplin um legado único para a sétima arte onde não há como negar que supera tudo isso. A forma alegre como ele transmitia a sua critica social em todo o conjunto o tornava assim perfeito, não só como ator, mas também como diretor, roteirista e até compositor musical, como "Smile" por exemplo que de todas as canções é a que mais simboliza sua alegria e o tornava também completo. Apesar de sua vida pessoal como já descrito anteriormente tenha sido imperfeita. Em 1992, a sua trajetória foi retratada no filme bigráfico intitulado Chaplin, sob a direção de Richard Attenborough e com Robert Downey Jr. como protagonista.
Na Filmográfia de Chaplin inclui os primeiros que ele estrelou na Keystone, depois passou para a Essanay, depois para a Mutual até chegar a United Artists que o consagrou com os mais diferentes títulos e outro filmes não-oficiais.
Frases:
"Muito embora seu coração esteja doendo, sorria. "
"Se você estivesse levando a sério as minhas brincadeiras de dizer verdades, voce teria ouvido muitas verdades que insisto em dizer brincando. Muitas vezes falei como um palhaço, mas nunca desacreditei na seriedade da plateia que sorria. "
"Não creio em nada e de nada descreio. O que concebe a imaginação aproxima-nos tanto da verdade como o que pode provar a matemática. "
"O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até ao ponto em que todos possam apreciá-lo e compreendê-lo. Isso é - ou deveria ser - a mais elevada forma de arte. "
"Um dia sem rir é um dia desperdiçado."
"Perca com classe, vença com ousadia, por que o mundo pertence a que se atreve."
domingo, 23 de dezembro de 2012
FRASES DE FILMES
"Totò, tenho impressão de que não estamos mais no Kansas"
(Dorothy Gale-Judy Garland no filme "O Mágico de OZ.)
"Toque, Sam. Toque As Times Goes By"
(Ilsa Laszlo-Ingrid Bergman no filme "Casablanca".)
"Eu gosto de assisitir"
(Chance-Peter Sellers no filme "Muito além do Jardim".)
"Elementar, meu caro Watson"
(Sherlock Holmes-Basil Rathbone no filme "As aventuras de Sherlock Holmes" em 1939.)
"Parece que eu a semana errada pra parar de cheirar cola"
(Steve Mccroskey-Lloyd Bridges no filme "Apertem os cintos o piloto sumiu.)
"Saia de perto dela, sua vagabunda!"
(Ripley-Sigourney Weaver no filme "Alien-O Oitavo Passageiro".)
"Siga o dinheiro"
(Garganta Profunda-Hal Holbrock no filme "Todos os homens do Presidente".)
"Simplesmente existem dinheiro demais"
(Imperador Joseph no filme "Amadeus" de 1984.)
"Me dê um uisque, Ginger Aler á parte e não seja mesquinho, querido"
(Anna Christie-Greta Garbor no filme "Anna Christe de 1930.)
"Eu não quero viver numa cidade em que a única vantagem cultural é poder virar á direita no sinal vermelho"
(Ally Singer no filme "Noivo neurótico, Noiva Nervosa".)
"Ajude-me Obi-Wan Kenobi. Você é minha única espernça"
(Princesa Leia-Carrie Fisher no filme "Star Wars-Uma Nova Esperança".)
"Eu amo o cheiro do napalm pela manhã. Tem o cheiro da....vitória"
(Tenente-Coronel Bill Kilgore-Robert Duvall no filme "Apocalypse Now".)
"Houston, temos um problema"
(Jim Lovell-Tom Hanks no filme "Apolo 13".)
"Você me faz querer ser um homem melhor"
(Melvin Udall-Jack Nicholson no filme "Melhor é impossivel".)
"Você já dançou com o diabo á luz do luar?"
(Coringa-Jack Nicholson no filme "Batman" de 1989.)
"Eu vi coisas que vocês, humanos, não acreditariam. Naves de ataque em chamas nas bordas de Orion. Vi Raios-C cintilar na escuridão perto do Portal de Tannhauser. Todos esses momentos ficarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer."
(Roy Batty-Ruteger Hauer no filme "Blade Runner-O Caçador de Andróides".)
"Excelente"
(Bill/Ted( Alex Winter e Keanu Reeves no filme "Bill e Ted-Uma Aventura Fantástica".)
"Estamos numa missão divina"
(Elwood Blues-Dan Aykroyd no filme "Os irmãos cara de pau".)
"Você não é muito esperto.Gosto disso num homem"
(Matty Walker-Kathleen Turner no filme "Corpos Ardentes".)
"Rosebud..."
(Charles Foster Kane-Orson Welles no filme "Cidadão Kane.")
"É uma mensagem siciliana. Significa que Luca Brasi dorme com os peixes"
(Peter Clemenza(Richard S. Castellano no filme "O Poderoso Chefão")
"Eles podem tirar nossa vida, mas jamais vão tirat nossa liberdade!"
(Willian Wallace-Mel Gibson no filme "Coração Valente".)
"Um Martini. Batido, não misturado"
(James Bond-Sean Connery no filme "007 contra Goldfinger".)
"Calma, moça. Te peguei"
(Superman-Christopher Reeve.)
"Você...você me pegou? E quem pegou você?"
Lois Lane (Margot Kidger no filme "Superman" de 1978.)
"Nós pertecemos a morte"
(O Monstro -Boris Karloff no filme "A noiva de Frankstein" de 1935.)
"Bond. James Bond"
(James Bond -Sean Connery no filme "007 contra o Satãnico Dr. No".)
"Loucura. Loucura"
(Major Clipton-James Donald no filme "A ponte do Rio Kwai".)
"Lasgue. Lasgue minhas meias."
(Garota de Programa-Nao Asuka no filme "Encontro e Desencontros".)
"Ela é minha irmã ! Ela é minha filha!"
(Evelyn Mulwray-Faye Dunaway no filme "Chinatown".)
"Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades."
(Tio Ben-Cliff Robertson no filme "Homem Aranha" de 2002.)
"O dingo levou meu bebê!"
(Lindy Chamberlain-Merly Streep no filme "Um grito no escuro".)
"É isso que eu adoro nessas garotinhas colegiais, cara. Eu fico cada vez mais velho, mas elas permanecem com a mesma idade."
(David Wooderson-Matthew McConaughey no filme "Jovens, Loucos e Rebeldes."
"Oh, me abrace mais perto!Mais perto!Maisperto!"
(Flo Marlowe-Esther Muir no filme "Um dia nas corridas".)
"Se eu te alcançar mais perto vou acabar nas suas costas"
(Dr.Hugo Z. Hackenbush-Grouxo Marx também no filme "Um dia nas corridas.)
"Gort!Klaatu barada nikto!"
(Helen Benson-Patricia Neal no filme "O dia em que a Terra parou " em 1951.)
"Esou grande !São os filmes que ficaram pequenos"
(Norman Desmond -Gloria Swanson no filme "Crepúsculo dos Deuses."
"O senhor é um fanfarrão!"
(Capitão Nascimento-Wagner Moura no filme "Tropa de Elite".)
"Carpe diem. Aproveite o dia, rapazes des suas vidas algo extraordinário"
(John Keating-Robin Willians no filme "Sociedade dos Poetas Mortos".)
"Yppie-Ki-yay, filho da puta!"
(John MacClaine-Bruce Willis no filme "Duro de matar".)
"Você tem que se fazer uma pergunta:Me sinto com sorte ?. Então, se sente, punk?"
(Harry Callahan-Clint Eastwood no filme "Perseguidor Implacável".)
"Bem-Vindo ao mundo real"
(Morpheus-Laurence Fishburne no filme "Matrix".)
"Ouça-as. Crianças da noite. Que música que elas fazem"
(Conde Dracula-Bela Lugosi no filme "Drácula" em 1930.)
"Grandes tiro, garoto! Esse foi um em um milhão!"
(Han Solo-Harrison Ford no filme "Star Wars-Uma Nova Esperança.)
"Mamãe sempre diz, "Estúpido é quem faz coisa estúpidas"
(Jovem Forrest Gump-Michael Conner Humphreys no filme "Forrest Gump-O Contador de Histórias".)
"Oi Curly. Matou alguém hoje?"
(Mitch Robbins-Billy Cristal no filme "Anmigos, sempre amigos."
"O dia ainda não acabou."
(Curly-Jack Palance no filme "Amigos, sempre amigos."
"Eu não sou um animal! Eu sou um ser humano! Eu sou um homem!"
(John Merrick -John Hurt no filme "O Homem-Elefante".)
"A vida passa rápido demais. Se voc~e não de vez em quando pra olha em volta, você perdê-la"
(Ferris Bueller-Matthew Broderick no filme "Curtindo a vida adoidado".)
"Sra. Robinson, você está tentando me seduzir, não?"
(Benjamin Bradock-Dust Hoffman no filme "A primeira noite de um homem".)
"Agora, eu quero que vocês se lembrem que nenhum filho da mãe jamais ganhou uma guerra morrendo pelo seu país. Ele ganha uma guerra ao fazer outro desgraçado filho da mãe morrer pelo seu país"
(General Geroge Patton-George C. Scott no filme "Patton" em 1970.)
Extraido do livro: Almanaque do Cinema. Autores: Érico Borgo, Marcelo Forlani e Marcelo Hessel. Editora: Eidouro. Rio de Janeiro, 2009.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
CINEMA PARADISO: A DECLARAÇÃO DE AMOR PELA SÉTIMA ARTE
Não tem melhor filme que faça sua declaração de amor a sétima arte do que “Cinema Paradiso”, famosa obra-prima do italiano Giussepe Tornatore, e com trilha sonora do maestro Ennio Morricone. Lançado em 1988, onde contava a história de um menino chamado Salvatore, mais conhecido pelo apelido de Totó, um coroinha que ficava grudado no cinema que funcionava em sua pacata cidade provinciana da Itália. Inaugurada nesse local depois da Segunda Guerra Mundial, onde chegava a entrar na sala de Alfredo, o projecionista desse cinema, cujo nome era Nuovo Cinema Paradiso, com quem ele tinha uma forte afeição. O filme mostra uma interessante passagem de antes do projecionista Alfredo abrir o cinema para uma sessão de exibição para toda a população da cidade, o projecionista fazia uma sessão exclusiva para o Padre Adelfo, uma importante autoridade religiosa da cidade, responsável pelos cultos na Igreja onde Totó era o coroinha, era o seu dever de analisar os conteúdos de cada cena, antes delas serem exibidas para todo o público, o momento mais cômico do filme é quando o Padre Adelfo ao ver as cenas de beijos, toca o sino para Alfredo, cujo objetivo era sinalizar para ele que devia cortar aquelas cenas, então o que acontecia, o projecionista Alfredo abria o rolo do filme que estava rodando, pega um pedaço de papel e coloca na cena que o Padre Adelfo mandou ser cortada para depois que terminar o filme ele ter de reeditar o filme cortando a cena do beijo a mando do Padre Adelfo.
De uma maneira única Cinema Paradiso expressa, transmiti a paixão que cada um de nós sentimos arte. Que nos envolve bastante, como descreve Alfredo para o menino Totó, que de tanto se habituar em ver e rever os mesmos filmes que exibe chega a sentir uma sensação de estar fora desse mundo, se imaginando amigo dos artista, se interagindo com eles. Ao mesmo tempo que ele cria uma visão linda e brilhante, também mostra uma visão trágicamente triste. Principalmente na cena em que quando Totó retorna para sua cidade agora como um já consagrado cineasta é chamado para cortejar no enterro de Alfredo. Ele fica surpreso ao observar o abandono do antigo Cinema Paradiso. E ainda mais tristemente observando a antiga sala sendo explodida para dar lugar a outro estabelecimento comercial.
E posso concluir que dessa forma Cinema Paradiso merece ser assistida diversas vezes, para enterdemos um pouco dessa incrivel arte que nos apaixona. Quem sentiu isso assistindo a O Artista, vai sentir também conferindo essa bela obra-prima do cinema italiano.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
RESENHA DO FILME GONZAGA DE PAI PARA FILHO.
Na tarde de Quarta-Feira, 14 de Novembro de 2012, fui conferir acompanhado do meu pai ao filme "Gonzaga-De pai para filho". Confesso que gostei bastante de apreciar aquele belíssimo filme cuja trama reconta a trajetória do Rei do Baião Luiz Gonzaga, cujo lançamento foi em virtude de lembrar o seu centenário que será comemorado no dia 13 de Dezembro. Me surpreendi com a maneira como foi retratado toda a trajetória do cantor, instrumentista e sanfoneiro que é considerado pelos críticos musicais como o pioneiro em divulgar e exportar para todo o terrítório nacional a cultura do Nordeste.
O pouco que conheço da influência musical de Luiz Gonzaga é um tanto quanto vago, é mais baseado nos relatos de alguns artistas que tiveram o privilégio de fazer duetos com o Rei do Baião como Fagner ou mesmo Elba Ramalho e que sempre que os vejo se apresentando nos programas de televisão tocam uma canção dele, de críticos de música ou mesmo até de estudiosos que se especializaram em formular, pesquisar ou mesmo escrever artigos, teses e até publicaram livros com foco tanto biográfico sobre a trajetória artistica de Gonzagão quanto sobre a manifestação cultural e o conceito de identidade nordestina que ele ajudou a construir. O mesmo também com relação ao seu talentoso filho Gonzaguinha. Em meus 20 e poucos anos de vida, não tive o privilégio de testemunhar ou mesmo vivenciar e prestigiar o talento musical tanto do pai, quanto do filho. Eu era bem pequeno na época que ambos partiram deste plano fisíco, para o espiritual. Luiz Gonzaga faleceu em Recife/PE, no dia 2 de Agosto de 1989, vítima de uma paracardiorespiratória, como consequência da sua saúde já frágil, fazia algum tempo que ele vinha reclamando de problemas com a osteoporose. Nessa época em que faleceu, o Rei do Baião vivia numa relativa aposentadoria. Gonzagão estava fazia algum tempo afastado do mundo industrial artistico do Eixo-Rio-São Paulo, vivendo uma vida confortavelmente modesta no munícipio de Exu, sua terra natal. Ao longo de seus 76 anos de vida, e com 40 de carreira Gonzagão vivenciou diferentes momentos tanto na vida artistica quanto na vida pessoal, deixando uma extensa discográfia com uma centena de composições. Em sua longa trajetória. Quanto ao seu talentoso filho Gonzaguinha, que morreria em seguida. Ao contrário do pai, que ao longos de sua longa trajetória artistica vivenciou os altos e baixos na carreira. Gonzaguinha não teve esse privilégio, até porque quando morreu em virtude de um acidente automobilistico ocorrido no dia 29 de Abril de 1991, quando estava dirigindo em plena estrada depois de fazer uma apresentação na cidade de Pato Branco/PR. Gonzaguinha estava no apogeu dos seus 45 anos, ainda colhendo os frutos de sua bem-sucedida carreira da qual havia 20 anos tinha construido por méritos próprios, sem em nenhum momento contar com a influência de seu pai famoso. Ainda assim Gonzaguinha deixou um vasto acervo discográfico, cujo curriculo carrega extensas composições de sucesso. Pai e filho mesmo tendo grandes diferenças artisticas, eram tão talentosos na música, formando até um grande dueto. O talento musical que uniu pai e filho os tornando além de brilhantes cantores perfeitos, sendo cada em seu estilo e em sua performances próprias, o que os tornava idolatrados pelas multidões por esses atributos. Gonzagão com sua maneira própria de tocar sanfona, e com a marca registrada de se trajar tipicamente como matuto e soltando um simpático sorriso trazendo a alegria de muita gente, quanto que Gonzaguina adotando uma identidade artística que em nada remetia ao pai, com uma postura que mais lembrava um porte de intelectual esquerdista e ao mesmo tempo uma postura de malandro sambista com belas composições que carregavam tons de protesto e também melodias romãnticas, e quando deu seus primeiros passos na música foi em pleno período dos anos de chumbo do regime militar e com esse tipo de postura, isso acabou o tornando o ícone dos artistas subversivos. Entre todas essas caracteristicas que os diferenciavam, o que se pode definir e que tanto pai quanto filho eram artistas geniais, independente dessas diferenças que tinham. O que ninguém imagina é o fato de por trás da perfeição musical que os unia, os tornando admirados, idolatrados ou mesmo endeusados por muita gente, ao mesmo tempo eles também carregavam o contraste de viverem um relacionamento intimo que estava longe de ser uma perfeição, marcado por muitas brigas, muitos desentendimentos e muitos momentos que em por alguma circunstãncia, tanto um quanto outro precisou se distanciar. E sempre que tentaram se reaproximarem, sempre era marcado por mais birgas, mágoas e ressentimentos.
E nisso o filme vai retratando de maneira bem densa os detalhes da intimidade oculta de Luiz Gonzaga, não só com relação ao seu filho Gonzaguina, mas nos diferentes momentoe onde ele demonstrava um tipo de postura, de comportamento que ouso descrever pela maneira como bem observei em cada momento do filme, as diferentes facetas de Gonzagão: Como o Rei do Baião era um ser divino, mas como ser humano era tão imperfeito quanto qualquer pessoa comum. Logo de cara o espectador vai percebendo quanto o relacionamento enre Gonzagão e Gonzaguinha era bastante conflituoso. Nas primeiras cenas do filme, a trama começa se passando em 1981, mostrando Gonzaguinha nessa ocasião um cantor já consagrado nacionalmente, com suas músicas constantantemente tocadas nas rádios, fazendo apresentações em diversos programas de televisão, com agenda lotada de shows e com diversos albuns comerciais lançados e sendo um dos artistas mais bem-sucedidos no mundo mercadológico. Indo para o município de Exu, para ir atrás de seu pai. Era no municipio de suas raizes que o Rei do Baião já com uma certa idade, tinha decidido se refuigiar depois que ao observar o seu relativo declínio artisitico, resolveu passar então por um breve momento de distãncia de fazer grandes turnês e sem manter contato nenhum com as grandes gravadoras. Tanto Gonzaguinha quanto Gonzagão estavam distantes um do outro fazia algum tempo. Essa tentativa de reaproximação ocorre quando Gonzaguinha resolve por conta própria tentar ir atrás do pai, primeiro por razões puramente profissionais, isso porque a ele foi incumbido o dever de levar uma papelada para Gonzagão assinar, já que essa papelada se tratava de um novo contrato de uma gravadora. E segundo para tentar ter uma conversa franca e sincera com o pai para fazerem uma espécie de acerto de contas entre eles, Gonzaguinha inclusive leva até um gravador com uma fita cassete para deixar a conversa bem registrada. Com certeza quem assisitr ao filme vai ficar tão impressionado quanto eu ao observar os diferentes momentos dos dois soltando cada agressão verbal, algo um tanto dificil de imaginar em se tratando de pai e filho sendo cantores tão brilhantes.
É a partir da cena do filme de Gonzagão mostrando a Gonzaguinha a árvore com um coração desenhado por ele com a inicial de seu nome Luiz e o N de de sua amada Nazinha. É nesse momento que ocorre então o desenvolvimento do enredo em apresentar o começo de sua trajetória artistica. Gonzagão narra para Gonzaguinha como tudo começou.
A partir dai, o filme passa a mostrar a juventude mostrando que naquela mesma árvore em que Gonzagão fazia sua declaração de amor para Nazinha, ele também dizia sonhar em se casar com ela, mas acontece que isso seria impossível, como bem Nazinha havia contado na hora, nunca que o pai dela iria abençoar essa união até porque sendo ela filha do Coronel Raimundo, o fazendeiro mais rico da região e ele sendo um mulato pobre, ou como a própria Nazinha descreve, um homem sem eira nem beira, uma expressão muito comum em todas as regiões nordestinas para definir uma pessoa sem posses. E Gonzagão no caso vivia nessa situação quando estava apaixonado por ela. E foi por causa dessa diferença social, que ele acabou por não realizar o sonho de ficar com a sua Nazinha. É nessa passagem que também pude conhecer a primeira vez que Gonzagão fez um show com sua sanfona, para se apresentar a uma multidão num show organizado pelo Coronel Raimundo. Observei que a primeira vez que ele tocou a sua sanfona para uma multidão ele estava tão nervoso, que por causa da sua demora em começar a tocar, acabava por gerar um monte de vaias, mas só ao observar Nazinha que ele pôde então tocar tranquilamente. Também pude observar que foi através de seu pai Januário, que o inspiraria para compor a música "Respeita Januário", foi dele que herdou a sua paixão pela música, já que ele também era sanfoneiro e era quem fabricava os instrumentos. Era por causa dessa sua paíxão pela sanfona, que ele entrava em conflito com sua mãe Santana. Um dia quando estava na feirinha, e lá estava presente o Coronel Raimundo e sua filha Nazinha. Raimundo ao observar sua filha flertando com Luiz manda ela ir já para casa. Nesse momento Gonzagão inconformado e com seu perfil esquentado chega a enfrentar o Coronel Raimundo, quase o ameaçando de matá-lo com uma faca escondida na camisa, em nome da honra dele não achar que ele era homem o suficiente para casar com Nazinha. Mas o sujeito o tranquiliza, avisando que nada daquilo do que ele estava dizendo era verdade. E depois desse momento tenso, Raimundo se aproxima de Santana avisando para ele mandar o coitado de Gonzagão embora, para ficar longe de Nazinha, porque se não ele seria capaz de lhe tirar a vida. E atendendo a essa ordem indireta, Gonzagão temendo pela própria vida resolve fugir de seu municipio. A partir dai tem se inicio a sua peregrinação para encontrar uma maneira de construir sua trajetória artistica. Foi viver em Fortaleza/CE, onde lá se alistou no Exército, e ao fazer carreira militar pegando os tensos momentos de revoluções politicas no Brasil, para evitar de não participar de um confronto direto e sem precisar dar um disparo para tirar a vida de alguém, utiliza-se de diferentes artimanhas para não participar do confronto. Foi no exército que ele conseguiu mostrar os seus dotes artísticos tocando na Banda Militar.
Mais para frente o enredo vai se desenvolvendo na passgem de Gonzagão chegando ao Rio de Janeiro, então Capital Federal brasileira depois de ter recebido baixa do Exército. É lá que compra sua sanfona barata, e passará pelas situações mais dificeis para tentar conquistar o seu espaço como artista profissional. É ao tocar em frente a um bar que ele conhece Xavier, que surpreso com a sua maneira de tocar sanfona o oferece para fazer uma parceria e o acolhe em sua casa localizada no morro junto de sua esposa Dina. Vai ser na cidade grande, que ele tentará uma maneira de conseguir o seu espaço. Os primeiros ritmos que ele toca nos bares e mesmo quando se apresenta a primeira vez num programa de calouros de rádios, não tinha nada a ver com o forró, eram do tango um ritmo de dança argentina e do fado, um ritmo lusitano. Com estes tipos de ritmos não estava obtendo um feedback, um retorno muito rentável, já que não estava atraindo muito interesse comercial, foi então que por sugestão de um frequentador do bar onde sempre costumava tocar sua sanfona, que oa saber que ele era natural do Nordeste, manda tocar ritmos típicamente nordestinos, ele no primeiro momento até resisiti em tocar o ritmo de suas raízes. Mesmo porque como fazia tempo que não pegava numa sanfona, tinha até se esquecido como era tocar baião, xote e xaxado. Mas ao perceber que na metropole sulista brasileira ninguém tinha conhecimento dos ritmos nordestinos, resolve então se arriscar a fazer apresentações tanto na rua quanto nos programas de rádio. Logo, ele senti o feedback dessa sua ousada idéia pois será nesse momento que os executivos das rádios se interessam por essa perfomance e ele então assina um contrato exclusivo, e será nesse momento específico do ínicio dos anos 1940 que ocorre o nascimento do mito do Rei do Baião. Mais para frente pude observar que enquanto sua carreira crescia ele também conheceria uma outra mulher que seria a sua seguda grande paixão. Essa mulher era a dançarina e cantora do Bar Dancing Brasil, Odaléia Guedes dos Santos, que dessa união nasceria um menino que ele batizaria e registraria como Luíz Gonzaga do Nascimento Júnior, que se tornaria conhecido pela alcunha artisitica de Gonzaguinha. Enquanto a carreira de Gonzagão ia crescendo de forma meteorica, veio os primeiros dramas na vida pessoal, que aconteceu quando Odaléia morre em consequência da tuberculose. É nesse momento que marcará para sempre o nascimento do conturbado relacionamento que pouco se sabia desses detalhes publicamente. Sem condições para cuidar do menino, por causa de sua agenda lotada de shows, Gonzagão resolve deixar Luizinho como ele carinhosamente costumava chamar Gonzaguinha aos cuidados de Xavier e Dina, os seus padrinhos a quem Gonzaguinha costumava chamar de pai. Será por causa dessa distãncia com seu filho, que vai começar a gerar uma imensa preocupação de Gonzagão quanto ao futuro deste, principalmente na sua formação. Por causa do envolvimento dele com amizades de pessoas mal-inteniconadas do morro, que o preocupará ainda mais, principalmente na passagem onde é mostrado o pequeno Gonzaguinha sendo flagrado pela polícia comentendo um delito, e temendo pelo menino crescer virando um bandido resolve colocá-lo num internato. No mesmo momento em que ele conheceu Helena sua esposa. Que nos momentos onde tentou uma convivência forçada dela com Gonzaguinha. Acabava terminando sempre em desentendimentos. E Helena louca para ter um filho com Gonzagão, mas sem poder engravidar, acabam resolvendo adotar a pequena Rosinha.
No decorrer do filme, vai-se mostrando os primeiros sinais de seu declinio artisitco e até chegar a mais um momento de Gonzaguinha se distanciar mais uma vez do pai e voltar então ao dialogo de acerto de contas dos dois em Exu/PE.
O que posso analisar e pontuar sobre o filme a respeito de sua estetica, achei ótima, fascinante, principalmente como foi bem construído a sua formula de dramatização utilizando de elementos documental. Há momentos em que o filme apresenta acervos do arquivo pessoal do próprio Gonzagão, como as fotos de Shows, capas de discos e imagens com depoimentos do próprio Rei do Baião, e alguns acervos de Gonzaguinha também foram mostrados. A meu ver o filme criou uma interessante atmosfera de retratar a vida de um dos maiores simbolos musicais da cultura nordestina de uma maneira a apresentar ao espectador a biográfia de Luiz Gonzaga não só pelo ponto de vista artistico, mas também das suas nuances, principalmente no que diz respeito as imperfeições pessoais dele, como por exemplo, no momento onde foi mostrado ele se ardendo de ciúmes quando viu Odaléia dançando no Dancing Brasil com o barrigão e nos diferentes momentos em que viveu uma relação paternal conturbada com Gonzaguinha. Entre essas eu destaco um momento em que quando Gonzagão em seu apartamento simples vê na televisão acontecer o Golpe Militar, no mesmo momento em que desliga a TV, ouve Gonzaguina fazendo barulho no violão tocando uma música que estava criando com tom de protesto e isso gera um imenso incomodo no pai, principalmente quando este chega no quarto de Gonzaguinha e vê pregado na sua parede uma bandeira da China, e o chão espalhado de livros teóricos marxistas do qual ele estava apredendo em seu ambiente acadêmico estudando o Curso de Econômia, e influenciado por essas leituras, resolve aderir a causa esquerdista. Eu também gostei das cenográfias mostradas em cada diferente passagem do filme. Desde os diferents pontos de vista em mostrar a Exu da sua juventude namorando Nazinha, a mesma de quando retorna para rever a sua família como já consagrado artista e de quando estava lá refugiado tendo uma conversa franca e definitiva com Gonzaguinha. Também gostei da maneira como a produção procurou reconstruir a visão urbana do Rio de Janeiro dos final dos 1930 e inicio dos 1940. O cenário dos antigos programas das rádios ao vivo, um importante período histórico brasileiro denominado como "A ERA DE OURO DO RÁDIO NO BRASIL".
Também gostei do bom acabamento nos figurinos, principalmente dos antigos uniformes militares usados por Gonzagão quando esteve no exército e mais os constrates entre as roupas simples usadas pelo nucléo que vive em Exu aos do núcleo do Morro do Rio de Janeiro aos mais sofisticados utilizados por Odaleía no Dancing Brasil. Também pontuo as excelentes caracterizações, destaco aqui o bom empenho do sanfoneiro Chambinho do Arcordeon que interpreta Luiz Gonzaga na fase de apogeu artistico, sua caracterização ficou tão perfeita e tão identico ao próprio que até parece que o espirito do Rei do Baião resolveu baixar nele. E o mesmo eu posso descrever de Júlio Andrade como o Gonzaguinha caracteriticamente como era em seu pleno auge musical. Por um momento cheguei a ficar com a impressão dele ser o próprio Gonzaguinha vivo, ainda mais na maneira de mostrar as nunaces, os trejeitos de sua maneira como se expressava. Também pontuo o ótimo empenho de todo o elenco, que conta com a participação de alguns conhecidos atores globais que mesmo aparecendo só fazendo pontinhas mostram bom aproveitamento, também destaco o bom desempenho dos três atores que se revezam protagonizando o Rei do Baião, além de como já citei anteriormente o nome de Chambinho do Acordeon que interpreta o Rei do Baião na fase de ascenção artistica. Também destaco Land Vieira fazendo o Luiz Gonzaga na fase jovem e Adélio Lima como Luiz Gonzaga um pouco mais velho.
Quem ficou encarregado pela direção é Breno Silveira, que pela segunda vez investe em dirigir um drama biográfico sobre a trajetória de um não, mas sim de dois importantes artistas musicais. Depois que se consagrou em 2005 com "O Dois Filhos de Francisco", um drama que contava a trajetória de uma maiores duplas sertanejas do Brasil Zezé di Camargo & Luciano. Aquele filme se tornou importante na carreira do cineasta, que estava começando a sua fase nos longas-metragens depois de ter conquistado um bom currículo cinematográfico dando assistência para outros diretores como Carla Camurati quando esta dirigiu Carlota Joaquina-Princesa do Brazil(1995) e La serva padrona(1998) de Andrucha Waddington quando este dirigiu Gêmeas(1999) e Eu, Tu Eles(2000), onde Breno Silveira foi responsável pela fotográfia sendo até premiado no Grande Prêmio Cinema Brasil, além destes trabalhou para Flávio Ramos Tambellini quando este dirigiu Bufo & Spalllanzani(2001), também trabalhou para Arthur Fontes, Claudio Torres e José Henrique Fonseca quando estes dirigiram Traição(1998) e voltaria a trabalhar só com Fonseca em O Homem do Ano(2003) além de já ter dirigido comerciais e vários videoclipes de grandes artistas que lhe renderam premiações do VMB, o Oscar musical promovido pela MTV Brasil, e o documentário para televisão Mar sem Fim(2001) que mostrava a rotina do navegador Amyr Klink.
O roteiro é de Patrícia Andrade que já havia trabalhado para Breno Silveira em Os Dois Filhos de Francisco(2005) e voltaria a trabalhar com este em Era Uma Vez(2008) e A Beira do Caminho(2012). Uma responsabilidade que imagino não tenha sido nada fácil, mesmo porque em se tratando de uma história verídica sobre a vida privada de uma importante figura pública como Luíz Gonzaga, ai é que o desafio vem em dobro. A sua fonte de inspiração foi através do livro "Gonzaguinha e Gonzagão-Uma História Brasileira", de autoria de Regina Echeverria, que foi publicado em 2006. Pegando um pouco emprestado a minha visão de historiador cuja formação tem pouco tempo, foi em 2009 que recebi meu diploma universitário. Durante os quatro anos de minha gradução na área de licenciatura em História pela UNP, fui aprendendo muitos conceitos teóricos e metodológicos sobre como funciona todo o procedimento de uma pesquisa na minha área. Descrever sobre isso, até me remete a uma vez durante uma aula, minha professora chegou a fazer um comentário debochado a respeito da atuação profissional do historiador, que o maior desafio dele ao elaborar ou mesmo investigar qualquer material sobre uma pessoa já morta, seja ela pública ou mesmo comum, ele tem como grande desafio ter todo um critério minucioso ao saber manusear direito todo esse material e procurar fazer uma análise daquilo de uma maneira que ao escrever e formatar seja numa tese, num aritgo ou mesmo em livro precisa-se tomar esse cuidado. Ela chegou até a colocar que nós somos visto como os que "Incomodam os mortos". Principalmente se no caso a gente for investigar a importãncia que tiveram pessoas públicas, e ficar invadindo o seu espaço público e privado para compreender além do obvio também algumas contradições, assim dessa forma estariamos cumprindo direito o nosso dever, nossa obrigação de ao produzir um material cuja leitura seja acessivel apenas para os quem pertencem ao nosso nível. Já no caso do cinema, cujo objetivo é puramente entreter, ou seja, se controi uma obra-de-ficção cujo intuito é não ter nenhum compromisso com a realidade. Seja esta trama retratando as situações cômicas ou mesmo dramáticas do cotidiano ou mesmo uma obra surreal que se utilize de elementos de sobrenatural ou mesmo robóticos ou também com tipos fabulares. Que costumam se exceder nos recursos das licenças poéticas. E quando se trata de fazer um filme que retrate um fato verídico, e no caso de Gonzaga-De pai para filho que nos conduz a mostrar detalhe por detalhe caracteristicas pouco conhecidas publicamente sobre o Rei do Baião, o trabalho é ainda mais penoso. Posso descrever que a obra consegui transmitir sensações pouco conhecida sobre Luiz Gonzaga, cuja definição mais adequada seria a narrativa contar a vida de Gonzaga por ele mesmo, sem procurar ser tão tendencioso ao endeusá-lo demais como artista e nem muito demonizar mostrando as suas falhas, as suas imperfeições humanas. A meu ver "Gonzaga-De pai para Filho", procura sempre acertar em apresentar ao espectador as diferentes faces do ícone da música nordestina sempre mantendo um meio-termo. E para terminar, coloco que a única coisa que observei que estava falatando no filme e isso a produção bem poderia ter explorado mais, foi em não mostrar como Gonzaguinha conseguiu se profissionalizar artisticamente sem a interferência paterna. Sobre este é mostrado muitos detalhes dos momentos da relação díficil com Gonzagão, mas não mostra umas situações dele por exemplo tentando fazer contato com uma gravadora e sendo hostilizado pela direção executiva por ser talves filho de famoso, como é bastante mostrado esse tipo de situação que o Rei do Baião passou. Bom, mas quem sabe isso sirva de sugestão para se fazer um filme biográfico só sobre Gonzaguinha.
FONTE:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gonzaga_-_de_Pai_pra_Filho
http://globofilmes.globo.com/GonzagaDePaiParaFilho/
http://www.filmeb.com.br/quemequem/html/QEQ_profissional.php?get_cd_profissional=PE803
terça-feira, 6 de novembro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Férias do Barulho - Dublado 1985
Descrição Youtube:
"Eles procuram um lugar "quente". E acabam de encontrar o lugar certo.
Dois jovens, Jack e Ben, partem para as férias perfeitas em um luxuoso hotel na Flórida cheio de belas garotas e hospedes ricos. Ali, além de se envolver com as mulheres, eles se envolvem com um perigoso ladrão de jóias que passa a persegui-los, ao mesmo tempo em que eles aprontam diversas confusões e criam situações bastante divertidas. Nesse cenário ao mesmo tempo confuso e prazeroso, ainda dá tempo deles encontrarem o amor."
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
SELEÇÃO DA MELHORES MÚSICAS DE JAMES BOND.
Para comemorar os 50 anos de James Bond e entrando na expectativa para o lançamento de 007-Operação Skyfall. Aqui vai então um video com a seleção das melhores músicas tocadas nos diversos filmes do agente secreto. O único do mundo que tem licença para matar.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
RESENHA DO FILME NA ESTRADA.
No final da tarde de Sexta-Feira, 21 de Setembro de 2012, foi um dia bastante agitado do qual passei, depois que terminei minha atividade da qual estava fazendo na UFRN, fui passear no Praia Shopping, onde fui conferir a uma sessão de cinema onde assisti “Na Estrada”, adaptação de um romance de Jack Kerouac(1922-1969).
Um dos mais importantes escritores que criou a Geração Beat, movimenta de jovens idealistas sonhares, que não se conformavam com o mundo hipócrita que a sociedade americana passou a viver depois do fim da Segunda Guerra Mundial. E que influenciaram no movimento da contracultura surgido posteriormente nos anos 1960. Com direito a muitas drogas, sexo e rock´n´roll.
O lançamento desse filme aqui em Natal/RN aconteceu um pouco tardiamente, nacionalmente esse filme foi lançado no dia 13 de Julho, em vista do filme não ser do tipo um blockbuster, que sirva apenas para entreter comendo pipoca, como nos filmes de ação, com muita adrenalina, muito tiroteio, e muita pancadaria estrelada por astros fortões.
“Na Estrada” é um típico filme que eu classificaria como Cult, ou mais apropriadamente um Road Movie, carregando uma temática muito cabeça, que nem todos ao assistirem, podem até não compreenderem a visão de Kerouac sobre o mundo a sua volta, mesmo quem tenha lido ou não essa sua obra. O mundo perturbador, rebelde, completamente liberal de Sal Paradise, e sua vida errante, dirigindo o seu carro, andando sem rumo certo pelos mais diferentes lugares dos EUA. Kerouac passou seis anos dedicando a escrever, reescrever até chegar finalmente a editar e publicar essa sua famosa obra, da qual ele começou a manuscrever em Abril de 1951, movido por muita benzendrina, uma droga estimulante, e ouvindo muito jazz, sua primeira publicação só foi concretizada em 1957.
Se para conseguir publicar essa obra, Kerouac levou seis anos, a realização desse filme inspirado no seu romance levou muito mais tempo para ser concretizado, foram mais que anos, foram décadas sendo diversas vezes adiados, e só para se ter uma ideia, o primeiro diretor que chegou a comprar os direitos autorais do livro para levar a obra-prima de Kerouac para as telonas foi Francis Ford Coopola em 1979.
Mas Coopola acabou desistindo, depois dele vários consagrados diretores americanos foram escalados para dirigirem o projeto, mas todos desistiram, e diversas também foram as vezes que foram modificados os roteiros. E só mesmo o brasileiro Walter Salles para concretizar o projeto desse filme. Walter Salles, que já tem um extenso currículo no cinema nacional, começou na década de 1980 dirigindo documentários, dirigiu seu primeiro longa-metragem não documental intitulado “A Grande Arte” (1991), um filme do gênero suspense, uma produção brasileira e americana, que contou com elenco brasileiro e americano, depois dirigiu “Terra Estrangeira” (1996), produção luso-brasileira, mas foi com “Central do Brasil” (1998), o responsável por ter sido um divisor de águas na sua carreira, a partir dele, o comovente filme estrelado pela grande dama da arte brasileira Fernanda Montenegro, acumulou diversos prêmios em Festivais Internacionais, como em Berlim, Havana, o Globo de Ouro, e em 1999 chegou a concorrer a dois Oscars, o de melhor filme estrangeiro, e melhor atriz para Fernanda Montenegro. Depois de Central do Brasil, Walter Salles dirigiu “Abril Despedaçado” (2001). Esse também foi bastante premiado elogiado pela critica tanto nacionalmente, quanto internacionalmente. A partir de 2004, foi tentar fazer carreira internacional, onde dirigiu “Diários de Motocicleta”, um Road movie que contava a trajetória do famoso guerrilheiro latino americano Ernesto Che Guevara, vagando pelos mais diferentes lugares da América do Sul, antes de se tornar o famoso ícone da Revolução Cubana. Foi outro divisor de águas para firmar o nome de Walter Salles, depois desse dirigiu Água Negra (2005), uma refilmagem de um suspense japonês lançado em 2002. E foi dessa forma que o diretor foi ganhando visibilidade, até chegar a dirigir o recente “Na Estrada”.
O que posso descrever da impressão que o filme me causou, assim digamos uma vertigem, uma viagem meio surreal, e um pouco também de muitas reflexões, ele demonstrou um interessante retratado da visão da juventude americana do final dos anos 1940 e inicio dos anos 1950, um tanto inconformada com os padrões de vida de conservador puritanista dos EUA, num cenário Pós-Segunda Guerra Mundial. E assim, antes de assistir ao filme eu não tive ainda a oportunidade de ler a fonte da qual ela foi inspirada, portanto eu não posso colocar alguns pontos falhos no roteiro, principalmente passagens que tinha no livro e que os roteiristas deixaram de fora, o que seria até uma grande hipocrisia de minha parte. Mas posso colocar o seguinte: “Livro é Livro”, “Cinema é Cinema”. Cada um com suas diferentes linguagens, posso também colocar que também me causou uma sensação assim de êxtase, principalmente as cenas com muitas baladas, muita mangaça, muita droga, muito som de jazz, muitas cenas picantes com direito a um damage a trois, dentro do carro em alta velocidade pela estrada entre Sal, Marylou e Dean no volante.
O enredo do filme, pelo que posso descrever, segue bem a ideia de mostrar a visão de mundo da rebelde Geração Beat, os precursores dos movimentos da contracultura. Nesse filme a gente conhece a história de Sal Paradise, um jovem de 23 anos, aspirante a escritor, que depois da morte do pai, resolve mudar o rumo de sua vida. Vai ser nessa circunstancia que ele irá conhecer Dean Moriathy, um sujeito que gosta de curtir a vida sem se preocupar com as consequências positivas ou mesmo negativas.
Que o leva para viver uma vida de aventureiro sem rumo no seu carro, o levando para conhecer os mais diferentes lugares, regados a muita música, muita poesia, muita bebida, conhecer gente das mais diferentes realidades, citações filosóficas, situações embaraçosas, muitas tragadas e muitas aventuras sexuais com as mais diferentes mulheres das quais eles conhecem, entre elas estão Marylou e Camile.
Eu pessoalmente gostei muito do filme, principalmente no aspecto visual, com belas cenas externas mostrando os mais diferentes cenários panorâmicos das estradas americanas, lhe dando a sensação de conhecer os lugares mais contrastantes da maior potencia econômica mundial, em diferentes estações, do sol escaldante do verão em lugares áridos e desérticos, ao frio nevado do inverno em regiões serranas. Também fiquei admirado com a maneira como a produção reproduziu os cenários de casas, prédios, bares que rementem bem ao cenário americano do final dos anos 1940 e inicio dos anos 1950, os figurinos também ficaram ótimos para retratarem bem como era a moda, e os jeitos de vestir desse período, desde as vestimentas mais elegantes, até mesmo as mais simples. O elenco assim posso definir que está assim muito escalado. Algumas estrelas que fazem pequenas pontas no filme mostram seus brilhos aproveitando cada momento interessante.
Sam Riley mostra um bom desempenho no papel de Sal, um rapaz que vive em busca do seu lugar ao sol. Garret Hedlund, como Dean, que já tem um extenso currículo cinematográfico, estrelou seu primeiro filme aos 19 anos fazendo o épico Troia (2004), no papel de Pátroclo, o primo do herói Aquiles. Depois, vieram outros filmes mais no currículo como Quatro Irmãos(2005), Eragon(2006), Sentença de Morte(2007), Tron-O Legado(2010), até chegar ao Dean de Na Estrada, num papel brilhante de um cara tão aventureiro, e também doidão e viciado na esbórnia, que nem ligou para cuidar dos filhos que teve com Camile.
Kristen Stewart, a mocinha Bela Swan da saga Crepúsculo, que alguns críticos a consideram um tanto insossa, é a responsável por fazer a Marylou, responsável por diversas cenas picantes com Sal e Dean, que a diferencia bastante da ingenuidade da Bella pelo seu amado vampiro Edward Cullen. Kirsten Dunst, a Mary Jane Watson da trilogia do Homem-Aranha, dirigida por Sam Raimi, faz o papel da Camile, também colocando muito fogo nas poucas em que aparece, e também demonstrando um empenho assim impecável, principalmente na cena tórrida conflituosa dela com Dean, onde ela passava a reclamar dele não dar mais atenção a ela e as crianças. A brasileira Alice Braga mostrando mais uma vez seu talento ao cinema internacional, sua carreira cinematográfica começou aqui fazendo um curta-metragem intitulado Trampolim, lançado em 1998. Quatro anos depois, sua carreira no cinema começaria a se firmar quando estrelou Cidade de Deus(2002), depois desse estrelaria Cidade Baixa(2005), outro nacional. Mas sua carreira começaria a tomar importância depois que estrelou Eu sou a lenda(2007), depois veio Ensaios sobre a Cegueira(2008) até chegar a fazer uma ponta em Na Estrada, no papel da fazendeira Terry, uma colhedora de algodão, que será mais uma entre as diversas mulheres assim como Marylou e Camile, de quem Sal Paradise vive uma aventura amorosa durante toda a sua jornada acompanhado de Dean. No elenco também inclui Viggo Mortessen, o eterno guerreiro Aragorn da trilogia de “O Senhor dos Anéis” lançados entre 2001, 2002 e 2003 também fazendo um boa interpretação na ponta do filme e por fim Terence Howard também numa ótima ponta fazendo um debochado músico de jazz, que faz piada sobre a sua condição social. E assim para terminar, como bem eu havia colocado no início que o filme não era um tipo de blockbuster, de grande apelo comercial apenas para entretenimento, que era muito cabeça e que chegou tardiamente as salas de cinema daqui de Natal/RN. Pois então, a maior prova disso é que nesse mesmo dia em que fui conferir o filme na sala do Praia Shopping, as cadeiras estavam vazias, com um número muito limitado de pessoas, bom o filme era muito longo e confesso que houve momentos onde fiquei agoniado por causa da fome que me bateu, e não via a hora de terminar logo para fazer uma boquinha numa daquelas lanchonetes fast-foods que funcionam no shopping. Mas, no entanto, para quem gosta de apreciar filmes alternativos, com conceitos e visões diferentes, puramente de arte, ele é uma boa escolha. Fica aqui a dica.
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