quarta-feira, 28 de novembro de 2012
RESENHA DO FILME GONZAGA DE PAI PARA FILHO.
Na tarde de Quarta-Feira, 14 de Novembro de 2012, fui conferir acompanhado do meu pai ao filme "Gonzaga-De pai para filho". Confesso que gostei bastante de apreciar aquele belíssimo filme cuja trama reconta a trajetória do Rei do Baião Luiz Gonzaga, cujo lançamento foi em virtude de lembrar o seu centenário que será comemorado no dia 13 de Dezembro. Me surpreendi com a maneira como foi retratado toda a trajetória do cantor, instrumentista e sanfoneiro que é considerado pelos críticos musicais como o pioneiro em divulgar e exportar para todo o terrítório nacional a cultura do Nordeste.
O pouco que conheço da influência musical de Luiz Gonzaga é um tanto quanto vago, é mais baseado nos relatos de alguns artistas que tiveram o privilégio de fazer duetos com o Rei do Baião como Fagner ou mesmo Elba Ramalho e que sempre que os vejo se apresentando nos programas de televisão tocam uma canção dele, de críticos de música ou mesmo até de estudiosos que se especializaram em formular, pesquisar ou mesmo escrever artigos, teses e até publicaram livros com foco tanto biográfico sobre a trajetória artistica de Gonzagão quanto sobre a manifestação cultural e o conceito de identidade nordestina que ele ajudou a construir. O mesmo também com relação ao seu talentoso filho Gonzaguinha. Em meus 20 e poucos anos de vida, não tive o privilégio de testemunhar ou mesmo vivenciar e prestigiar o talento musical tanto do pai, quanto do filho. Eu era bem pequeno na época que ambos partiram deste plano fisíco, para o espiritual. Luiz Gonzaga faleceu em Recife/PE, no dia 2 de Agosto de 1989, vítima de uma paracardiorespiratória, como consequência da sua saúde já frágil, fazia algum tempo que ele vinha reclamando de problemas com a osteoporose. Nessa época em que faleceu, o Rei do Baião vivia numa relativa aposentadoria. Gonzagão estava fazia algum tempo afastado do mundo industrial artistico do Eixo-Rio-São Paulo, vivendo uma vida confortavelmente modesta no munícipio de Exu, sua terra natal. Ao longo de seus 76 anos de vida, e com 40 de carreira Gonzagão vivenciou diferentes momentos tanto na vida artistica quanto na vida pessoal, deixando uma extensa discográfia com uma centena de composições. Em sua longa trajetória. Quanto ao seu talentoso filho Gonzaguinha, que morreria em seguida. Ao contrário do pai, que ao longos de sua longa trajetória artistica vivenciou os altos e baixos na carreira. Gonzaguinha não teve esse privilégio, até porque quando morreu em virtude de um acidente automobilistico ocorrido no dia 29 de Abril de 1991, quando estava dirigindo em plena estrada depois de fazer uma apresentação na cidade de Pato Branco/PR. Gonzaguinha estava no apogeu dos seus 45 anos, ainda colhendo os frutos de sua bem-sucedida carreira da qual havia 20 anos tinha construido por méritos próprios, sem em nenhum momento contar com a influência de seu pai famoso. Ainda assim Gonzaguinha deixou um vasto acervo discográfico, cujo curriculo carrega extensas composições de sucesso. Pai e filho mesmo tendo grandes diferenças artisticas, eram tão talentosos na música, formando até um grande dueto. O talento musical que uniu pai e filho os tornando além de brilhantes cantores perfeitos, sendo cada em seu estilo e em sua performances próprias, o que os tornava idolatrados pelas multidões por esses atributos. Gonzagão com sua maneira própria de tocar sanfona, e com a marca registrada de se trajar tipicamente como matuto e soltando um simpático sorriso trazendo a alegria de muita gente, quanto que Gonzaguina adotando uma identidade artística que em nada remetia ao pai, com uma postura que mais lembrava um porte de intelectual esquerdista e ao mesmo tempo uma postura de malandro sambista com belas composições que carregavam tons de protesto e também melodias romãnticas, e quando deu seus primeiros passos na música foi em pleno período dos anos de chumbo do regime militar e com esse tipo de postura, isso acabou o tornando o ícone dos artistas subversivos. Entre todas essas caracteristicas que os diferenciavam, o que se pode definir e que tanto pai quanto filho eram artistas geniais, independente dessas diferenças que tinham. O que ninguém imagina é o fato de por trás da perfeição musical que os unia, os tornando admirados, idolatrados ou mesmo endeusados por muita gente, ao mesmo tempo eles também carregavam o contraste de viverem um relacionamento intimo que estava longe de ser uma perfeição, marcado por muitas brigas, muitos desentendimentos e muitos momentos que em por alguma circunstãncia, tanto um quanto outro precisou se distanciar. E sempre que tentaram se reaproximarem, sempre era marcado por mais birgas, mágoas e ressentimentos.
E nisso o filme vai retratando de maneira bem densa os detalhes da intimidade oculta de Luiz Gonzaga, não só com relação ao seu filho Gonzaguina, mas nos diferentes momentoe onde ele demonstrava um tipo de postura, de comportamento que ouso descrever pela maneira como bem observei em cada momento do filme, as diferentes facetas de Gonzagão: Como o Rei do Baião era um ser divino, mas como ser humano era tão imperfeito quanto qualquer pessoa comum. Logo de cara o espectador vai percebendo quanto o relacionamento enre Gonzagão e Gonzaguinha era bastante conflituoso. Nas primeiras cenas do filme, a trama começa se passando em 1981, mostrando Gonzaguinha nessa ocasião um cantor já consagrado nacionalmente, com suas músicas constantantemente tocadas nas rádios, fazendo apresentações em diversos programas de televisão, com agenda lotada de shows e com diversos albuns comerciais lançados e sendo um dos artistas mais bem-sucedidos no mundo mercadológico. Indo para o município de Exu, para ir atrás de seu pai. Era no municipio de suas raizes que o Rei do Baião já com uma certa idade, tinha decidido se refuigiar depois que ao observar o seu relativo declínio artisitico, resolveu passar então por um breve momento de distãncia de fazer grandes turnês e sem manter contato nenhum com as grandes gravadoras. Tanto Gonzaguinha quanto Gonzagão estavam distantes um do outro fazia algum tempo. Essa tentativa de reaproximação ocorre quando Gonzaguinha resolve por conta própria tentar ir atrás do pai, primeiro por razões puramente profissionais, isso porque a ele foi incumbido o dever de levar uma papelada para Gonzagão assinar, já que essa papelada se tratava de um novo contrato de uma gravadora. E segundo para tentar ter uma conversa franca e sincera com o pai para fazerem uma espécie de acerto de contas entre eles, Gonzaguinha inclusive leva até um gravador com uma fita cassete para deixar a conversa bem registrada. Com certeza quem assisitr ao filme vai ficar tão impressionado quanto eu ao observar os diferentes momentos dos dois soltando cada agressão verbal, algo um tanto dificil de imaginar em se tratando de pai e filho sendo cantores tão brilhantes.
É a partir da cena do filme de Gonzagão mostrando a Gonzaguinha a árvore com um coração desenhado por ele com a inicial de seu nome Luiz e o N de de sua amada Nazinha. É nesse momento que ocorre então o desenvolvimento do enredo em apresentar o começo de sua trajetória artistica. Gonzagão narra para Gonzaguinha como tudo começou.
A partir dai, o filme passa a mostrar a juventude mostrando que naquela mesma árvore em que Gonzagão fazia sua declaração de amor para Nazinha, ele também dizia sonhar em se casar com ela, mas acontece que isso seria impossível, como bem Nazinha havia contado na hora, nunca que o pai dela iria abençoar essa união até porque sendo ela filha do Coronel Raimundo, o fazendeiro mais rico da região e ele sendo um mulato pobre, ou como a própria Nazinha descreve, um homem sem eira nem beira, uma expressão muito comum em todas as regiões nordestinas para definir uma pessoa sem posses. E Gonzagão no caso vivia nessa situação quando estava apaixonado por ela. E foi por causa dessa diferença social, que ele acabou por não realizar o sonho de ficar com a sua Nazinha. É nessa passagem que também pude conhecer a primeira vez que Gonzagão fez um show com sua sanfona, para se apresentar a uma multidão num show organizado pelo Coronel Raimundo. Observei que a primeira vez que ele tocou a sua sanfona para uma multidão ele estava tão nervoso, que por causa da sua demora em começar a tocar, acabava por gerar um monte de vaias, mas só ao observar Nazinha que ele pôde então tocar tranquilamente. Também pude observar que foi através de seu pai Januário, que o inspiraria para compor a música "Respeita Januário", foi dele que herdou a sua paixão pela música, já que ele também era sanfoneiro e era quem fabricava os instrumentos. Era por causa dessa sua paíxão pela sanfona, que ele entrava em conflito com sua mãe Santana. Um dia quando estava na feirinha, e lá estava presente o Coronel Raimundo e sua filha Nazinha. Raimundo ao observar sua filha flertando com Luiz manda ela ir já para casa. Nesse momento Gonzagão inconformado e com seu perfil esquentado chega a enfrentar o Coronel Raimundo, quase o ameaçando de matá-lo com uma faca escondida na camisa, em nome da honra dele não achar que ele era homem o suficiente para casar com Nazinha. Mas o sujeito o tranquiliza, avisando que nada daquilo do que ele estava dizendo era verdade. E depois desse momento tenso, Raimundo se aproxima de Santana avisando para ele mandar o coitado de Gonzagão embora, para ficar longe de Nazinha, porque se não ele seria capaz de lhe tirar a vida. E atendendo a essa ordem indireta, Gonzagão temendo pela própria vida resolve fugir de seu municipio. A partir dai tem se inicio a sua peregrinação para encontrar uma maneira de construir sua trajetória artistica. Foi viver em Fortaleza/CE, onde lá se alistou no Exército, e ao fazer carreira militar pegando os tensos momentos de revoluções politicas no Brasil, para evitar de não participar de um confronto direto e sem precisar dar um disparo para tirar a vida de alguém, utiliza-se de diferentes artimanhas para não participar do confronto. Foi no exército que ele conseguiu mostrar os seus dotes artísticos tocando na Banda Militar.
Mais para frente o enredo vai se desenvolvendo na passgem de Gonzagão chegando ao Rio de Janeiro, então Capital Federal brasileira depois de ter recebido baixa do Exército. É lá que compra sua sanfona barata, e passará pelas situações mais dificeis para tentar conquistar o seu espaço como artista profissional. É ao tocar em frente a um bar que ele conhece Xavier, que surpreso com a sua maneira de tocar sanfona o oferece para fazer uma parceria e o acolhe em sua casa localizada no morro junto de sua esposa Dina. Vai ser na cidade grande, que ele tentará uma maneira de conseguir o seu espaço. Os primeiros ritmos que ele toca nos bares e mesmo quando se apresenta a primeira vez num programa de calouros de rádios, não tinha nada a ver com o forró, eram do tango um ritmo de dança argentina e do fado, um ritmo lusitano. Com estes tipos de ritmos não estava obtendo um feedback, um retorno muito rentável, já que não estava atraindo muito interesse comercial, foi então que por sugestão de um frequentador do bar onde sempre costumava tocar sua sanfona, que oa saber que ele era natural do Nordeste, manda tocar ritmos típicamente nordestinos, ele no primeiro momento até resisiti em tocar o ritmo de suas raízes. Mesmo porque como fazia tempo que não pegava numa sanfona, tinha até se esquecido como era tocar baião, xote e xaxado. Mas ao perceber que na metropole sulista brasileira ninguém tinha conhecimento dos ritmos nordestinos, resolve então se arriscar a fazer apresentações tanto na rua quanto nos programas de rádio. Logo, ele senti o feedback dessa sua ousada idéia pois será nesse momento que os executivos das rádios se interessam por essa perfomance e ele então assina um contrato exclusivo, e será nesse momento específico do ínicio dos anos 1940 que ocorre o nascimento do mito do Rei do Baião. Mais para frente pude observar que enquanto sua carreira crescia ele também conheceria uma outra mulher que seria a sua seguda grande paixão. Essa mulher era a dançarina e cantora do Bar Dancing Brasil, Odaléia Guedes dos Santos, que dessa união nasceria um menino que ele batizaria e registraria como Luíz Gonzaga do Nascimento Júnior, que se tornaria conhecido pela alcunha artisitica de Gonzaguinha. Enquanto a carreira de Gonzagão ia crescendo de forma meteorica, veio os primeiros dramas na vida pessoal, que aconteceu quando Odaléia morre em consequência da tuberculose. É nesse momento que marcará para sempre o nascimento do conturbado relacionamento que pouco se sabia desses detalhes publicamente. Sem condições para cuidar do menino, por causa de sua agenda lotada de shows, Gonzagão resolve deixar Luizinho como ele carinhosamente costumava chamar Gonzaguinha aos cuidados de Xavier e Dina, os seus padrinhos a quem Gonzaguinha costumava chamar de pai. Será por causa dessa distãncia com seu filho, que vai começar a gerar uma imensa preocupação de Gonzagão quanto ao futuro deste, principalmente na sua formação. Por causa do envolvimento dele com amizades de pessoas mal-inteniconadas do morro, que o preocupará ainda mais, principalmente na passagem onde é mostrado o pequeno Gonzaguinha sendo flagrado pela polícia comentendo um delito, e temendo pelo menino crescer virando um bandido resolve colocá-lo num internato. No mesmo momento em que ele conheceu Helena sua esposa. Que nos momentos onde tentou uma convivência forçada dela com Gonzaguinha. Acabava terminando sempre em desentendimentos. E Helena louca para ter um filho com Gonzagão, mas sem poder engravidar, acabam resolvendo adotar a pequena Rosinha.
No decorrer do filme, vai-se mostrando os primeiros sinais de seu declinio artisitco e até chegar a mais um momento de Gonzaguinha se distanciar mais uma vez do pai e voltar então ao dialogo de acerto de contas dos dois em Exu/PE.
O que posso analisar e pontuar sobre o filme a respeito de sua estetica, achei ótima, fascinante, principalmente como foi bem construído a sua formula de dramatização utilizando de elementos documental. Há momentos em que o filme apresenta acervos do arquivo pessoal do próprio Gonzagão, como as fotos de Shows, capas de discos e imagens com depoimentos do próprio Rei do Baião, e alguns acervos de Gonzaguinha também foram mostrados. A meu ver o filme criou uma interessante atmosfera de retratar a vida de um dos maiores simbolos musicais da cultura nordestina de uma maneira a apresentar ao espectador a biográfia de Luiz Gonzaga não só pelo ponto de vista artistico, mas também das suas nuances, principalmente no que diz respeito as imperfeições pessoais dele, como por exemplo, no momento onde foi mostrado ele se ardendo de ciúmes quando viu Odaléia dançando no Dancing Brasil com o barrigão e nos diferentes momentos em que viveu uma relação paternal conturbada com Gonzaguinha. Entre essas eu destaco um momento em que quando Gonzagão em seu apartamento simples vê na televisão acontecer o Golpe Militar, no mesmo momento em que desliga a TV, ouve Gonzaguina fazendo barulho no violão tocando uma música que estava criando com tom de protesto e isso gera um imenso incomodo no pai, principalmente quando este chega no quarto de Gonzaguinha e vê pregado na sua parede uma bandeira da China, e o chão espalhado de livros teóricos marxistas do qual ele estava apredendo em seu ambiente acadêmico estudando o Curso de Econômia, e influenciado por essas leituras, resolve aderir a causa esquerdista. Eu também gostei das cenográfias mostradas em cada diferente passagem do filme. Desde os diferents pontos de vista em mostrar a Exu da sua juventude namorando Nazinha, a mesma de quando retorna para rever a sua família como já consagrado artista e de quando estava lá refugiado tendo uma conversa franca e definitiva com Gonzaguinha. Também gostei da maneira como a produção procurou reconstruir a visão urbana do Rio de Janeiro dos final dos 1930 e inicio dos 1940. O cenário dos antigos programas das rádios ao vivo, um importante período histórico brasileiro denominado como "A ERA DE OURO DO RÁDIO NO BRASIL".
Também gostei do bom acabamento nos figurinos, principalmente dos antigos uniformes militares usados por Gonzagão quando esteve no exército e mais os constrates entre as roupas simples usadas pelo nucléo que vive em Exu aos do núcleo do Morro do Rio de Janeiro aos mais sofisticados utilizados por Odaleía no Dancing Brasil. Também pontuo as excelentes caracterizações, destaco aqui o bom empenho do sanfoneiro Chambinho do Arcordeon que interpreta Luiz Gonzaga na fase de apogeu artistico, sua caracterização ficou tão perfeita e tão identico ao próprio que até parece que o espirito do Rei do Baião resolveu baixar nele. E o mesmo eu posso descrever de Júlio Andrade como o Gonzaguinha caracteriticamente como era em seu pleno auge musical. Por um momento cheguei a ficar com a impressão dele ser o próprio Gonzaguinha vivo, ainda mais na maneira de mostrar as nunaces, os trejeitos de sua maneira como se expressava. Também pontuo o ótimo empenho de todo o elenco, que conta com a participação de alguns conhecidos atores globais que mesmo aparecendo só fazendo pontinhas mostram bom aproveitamento, também destaco o bom desempenho dos três atores que se revezam protagonizando o Rei do Baião, além de como já citei anteriormente o nome de Chambinho do Acordeon que interpreta o Rei do Baião na fase de ascenção artistica. Também destaco Land Vieira fazendo o Luiz Gonzaga na fase jovem e Adélio Lima como Luiz Gonzaga um pouco mais velho.
Quem ficou encarregado pela direção é Breno Silveira, que pela segunda vez investe em dirigir um drama biográfico sobre a trajetória de um não, mas sim de dois importantes artistas musicais. Depois que se consagrou em 2005 com "O Dois Filhos de Francisco", um drama que contava a trajetória de uma maiores duplas sertanejas do Brasil Zezé di Camargo & Luciano. Aquele filme se tornou importante na carreira do cineasta, que estava começando a sua fase nos longas-metragens depois de ter conquistado um bom currículo cinematográfico dando assistência para outros diretores como Carla Camurati quando esta dirigiu Carlota Joaquina-Princesa do Brazil(1995) e La serva padrona(1998) de Andrucha Waddington quando este dirigiu Gêmeas(1999) e Eu, Tu Eles(2000), onde Breno Silveira foi responsável pela fotográfia sendo até premiado no Grande Prêmio Cinema Brasil, além destes trabalhou para Flávio Ramos Tambellini quando este dirigiu Bufo & Spalllanzani(2001), também trabalhou para Arthur Fontes, Claudio Torres e José Henrique Fonseca quando estes dirigiram Traição(1998) e voltaria a trabalhar só com Fonseca em O Homem do Ano(2003) além de já ter dirigido comerciais e vários videoclipes de grandes artistas que lhe renderam premiações do VMB, o Oscar musical promovido pela MTV Brasil, e o documentário para televisão Mar sem Fim(2001) que mostrava a rotina do navegador Amyr Klink.
O roteiro é de Patrícia Andrade que já havia trabalhado para Breno Silveira em Os Dois Filhos de Francisco(2005) e voltaria a trabalhar com este em Era Uma Vez(2008) e A Beira do Caminho(2012). Uma responsabilidade que imagino não tenha sido nada fácil, mesmo porque em se tratando de uma história verídica sobre a vida privada de uma importante figura pública como Luíz Gonzaga, ai é que o desafio vem em dobro. A sua fonte de inspiração foi através do livro "Gonzaguinha e Gonzagão-Uma História Brasileira", de autoria de Regina Echeverria, que foi publicado em 2006. Pegando um pouco emprestado a minha visão de historiador cuja formação tem pouco tempo, foi em 2009 que recebi meu diploma universitário. Durante os quatro anos de minha gradução na área de licenciatura em História pela UNP, fui aprendendo muitos conceitos teóricos e metodológicos sobre como funciona todo o procedimento de uma pesquisa na minha área. Descrever sobre isso, até me remete a uma vez durante uma aula, minha professora chegou a fazer um comentário debochado a respeito da atuação profissional do historiador, que o maior desafio dele ao elaborar ou mesmo investigar qualquer material sobre uma pessoa já morta, seja ela pública ou mesmo comum, ele tem como grande desafio ter todo um critério minucioso ao saber manusear direito todo esse material e procurar fazer uma análise daquilo de uma maneira que ao escrever e formatar seja numa tese, num aritgo ou mesmo em livro precisa-se tomar esse cuidado. Ela chegou até a colocar que nós somos visto como os que "Incomodam os mortos". Principalmente se no caso a gente for investigar a importãncia que tiveram pessoas públicas, e ficar invadindo o seu espaço público e privado para compreender além do obvio também algumas contradições, assim dessa forma estariamos cumprindo direito o nosso dever, nossa obrigação de ao produzir um material cuja leitura seja acessivel apenas para os quem pertencem ao nosso nível. Já no caso do cinema, cujo objetivo é puramente entreter, ou seja, se controi uma obra-de-ficção cujo intuito é não ter nenhum compromisso com a realidade. Seja esta trama retratando as situações cômicas ou mesmo dramáticas do cotidiano ou mesmo uma obra surreal que se utilize de elementos de sobrenatural ou mesmo robóticos ou também com tipos fabulares. Que costumam se exceder nos recursos das licenças poéticas. E quando se trata de fazer um filme que retrate um fato verídico, e no caso de Gonzaga-De pai para filho que nos conduz a mostrar detalhe por detalhe caracteristicas pouco conhecidas publicamente sobre o Rei do Baião, o trabalho é ainda mais penoso. Posso descrever que a obra consegui transmitir sensações pouco conhecida sobre Luiz Gonzaga, cuja definição mais adequada seria a narrativa contar a vida de Gonzaga por ele mesmo, sem procurar ser tão tendencioso ao endeusá-lo demais como artista e nem muito demonizar mostrando as suas falhas, as suas imperfeições humanas. A meu ver "Gonzaga-De pai para Filho", procura sempre acertar em apresentar ao espectador as diferentes faces do ícone da música nordestina sempre mantendo um meio-termo. E para terminar, coloco que a única coisa que observei que estava falatando no filme e isso a produção bem poderia ter explorado mais, foi em não mostrar como Gonzaguinha conseguiu se profissionalizar artisticamente sem a interferência paterna. Sobre este é mostrado muitos detalhes dos momentos da relação díficil com Gonzagão, mas não mostra umas situações dele por exemplo tentando fazer contato com uma gravadora e sendo hostilizado pela direção executiva por ser talves filho de famoso, como é bastante mostrado esse tipo de situação que o Rei do Baião passou. Bom, mas quem sabe isso sirva de sugestão para se fazer um filme biográfico só sobre Gonzaguinha.
FONTE:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gonzaga_-_de_Pai_pra_Filho
http://globofilmes.globo.com/GonzagaDePaiParaFilho/
http://www.filmeb.com.br/quemequem/html/QEQ_profissional.php?get_cd_profissional=PE803
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